Prometer e Sumir: A Dor Silenciosa das expectativas quebradas
Prometer e Sumir: A Dor Silenciosa das Expectativas Quebradas
“Você tem o perfil perfeito, vamos te chamar em breve.”
“Me manda os documentos que em breve você começa.”
“Vamos sair qualquer dia desses, tá combinado.”
…e depois, o silêncio.
Se você já viveu isso, sabe: não é só sobre a resposta que não veio. É sobre o que essa ausência provoca aqui dentro.
A dor da falta de retorno não é pequena — ela é profunda, confusa, muitas vezes invisível. E o pior: ela se repete em várias esferas da vida. Nas empresas. Nos chefes. Nos amigos. Nos relacionamentos.
O impacto emocional do “ghosting social e profissional”
O que mais dói não é ouvir “não”.
É não ouvir nada.
Essa ausência de fechamento gera ansiedade, frustração e autocrítica. Você começa a se questionar:
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Será que eu fiz algo errado?
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Será que fui insistente demais?
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Será que sou invisível?
Mas na verdade, o erro não está em você. Está no mau hábito social de prometer o que não se tem intenção (ou capacidade) de cumprir.
O que acontece no nosso cérebro?
Quando uma promessa é feita, o cérebro libera dopamina, o hormônio da expectativa e motivação. Criamos cenários mentais, reorganizamos planos, nos entregamos emocionalmente à ideia daquilo acontecer.
E quando isso é ignorado… sentimos uma frustração real, quase como uma traição emocional. Mesmo que não haja má intenção.
A promessa, mesmo pequena, é uma forma de vínculo.
Romper com ela sem explicação é romper com a confiança.
Nas empresas, o impacto é ainda mais cruel
O famoso “te damos retorno em breve” seguido de semanas (ou meses) de silêncio é uma forma de ghosting corporativo.
E isso:
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Abala a autoestima de quem está buscando recolocação
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Gera insegurança sobre o próprio valor
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Causa traumas sutis que se acumulam a cada processo
A cultura do não retorno deveria ser inaceitável. Porque estamos lidando com pessoas, não com números.
E na vida pessoal?
O convite que nunca se concretiza.
A amizade que some.
A pessoa que promete estar lá… e não aparece.
Em todos esses casos, a ausência de resposta desorganiza nosso emocional. Ficamos presos entre o “esperar” e o “seguir”, sem saber onde pisar.
O que o estoicismo diz sobre isso?
Os estoicos — especialmente Sêneca e Epicteto — falam sobre a importância de não depositar nossa paz em fatores externos.
Epicteto dizia:
“Não são as coisas que nos perturbam, mas o julgamento que fazemos delas.”
Ou seja: não temos controle sobre a palavra do outro, mas temos controle sobre como escolhemos reagir a isso.
O exercício estoico nos convida a:
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Não esperar respostas que não dependem de nós
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Redirecionar energia para o que está no nosso controle
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Valorizar mais a nossa palavra do que a promessa alheia
Como lidar melhor com a falta de retorno?
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Crie um limite interno de espera
Estabeleça: “Se em X dias não houver resposta, sigo com o próximo passo.” Isso protege sua energia. -
Evite sobrecarregar sua autoestima com silêncio alheio
A falta de resposta muitas vezes fala mais sobre a outra pessoa do que sobre você. -
Seja claro(a) na sua comunicação com os outros
Prometa menos, cumpra mais. E, quando não puder, avise. Gentileza também é sobre honestidade. -
Use o silêncio como impulso, não como freio
A ausência do outro pode ser o espaço onde você cria presença para si.
Um apelo final às pessoas e empresas
Antes de dizer “te chamamos em breve”, pergunte a si mesmo: você realmente vai chamar?
Antes de prometer um cargo, uma amizade, um convite… pense se você pode sustentar isso com presença e respeito.
Porque prometer sem intenção é construir esperança em terreno instável — e deixar outro ser humano emocionalmente soterrado no processo.
💬 E você?
Já viveu o silêncio depois da promessa? Como isso te impactou?
Conta aqui nos comentários ou me chama no @paloma.lopeshrconsulting.
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